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No dia 10 de Novembro fez 100 anos que nasceu Álvaro Cunhal!


Comunistas e outros democratas sanjoanenses comemoraram data


Associando-se à onda de iniciativas levadas a efeito por todo o país durante o passado fim-de-semana, também os comunistas em S. João da Madeira promoveram uma venda de rua do jornal avante, distribuíram à população centenas de documentos (com informação relevante acerca da vida de Álvaro Cunhal) e, acompanhados por outros democratas, estiveram presentes no grandioso comício realizado no Campo Pequeno.

As comemorações do Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, que estão a decorrer sob o lema: vida, pensamento e luta - exemplo que se projecta na actualidade e no futuro, contarão com a Grande Exposição patente na Alfândega do Porto de 30 de Novembro a 15 de Dezembro e em S. João da Madeira com a apresentação do IV Tomo das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal, no dia 22, sexta-feira às 21,30 horas na biblioteca municipal. Esta será uma sessão aberta a todos os interessados e que contará naturalmente com a presença de muitos sanjoaneneses.

 

Breves Notas sobre Álvaro Cunhal

Álvaro Cunhal filiou-se no Partido Comunista Português em 1931, com 17 anos de idade, foi seu Secretário-geral de 1961 a 1992, função que lhe permitiu desempenhar um papel decisivo na definição e concretização das orientações que transformaram o PCP num grande Partido nacional, vanguarda da luta antifascista e pelo triunfo da Revolução da Abril.

Com um percurso de setenta anos de ininterrupto combate, percorridos com uma indomável determinação e resistindo às mais terríveis e duras provas em dezenas de anos de vida clandestina e prisão (foi preso pelo regime fascista em 1937, 1940, e de novo em 1949, tendo permanecido preso 11 anos seguidos, 8 dos quais em completo isolamento), Álvaro Cunhal, é bem o exemplo do homem de inaudita coragem e firmes convicções.

Intelectual, homem de conhecimento, possuidor de uma densa cultura, Álvaro Cunhal, deixou-nos uma importante produção artística, nomeadamente no campo da estética, da criação literária, onde emergem, entre outros, o romance Até Amanhã, Camaradas e as novelas Cinco Dias, Cinco Noites e Fronteiras, mas também nas artes plásticas com obras de desenho e pintura.

Foi o dirigente comunista, em todo o mundo, que mais fecunda e extensa obra produziu depois de Lenine. Estudioso e conhecedor da realidade portuguesa, a sua obra notável que é o “Rumo à Vitória”, viria a ter uma influência decisiva na criação de condições para a Revolução de Abril e para as profundas transformações revolucionárias operadas na sociedade portuguesa. Transformações que se traduziram em importantes conquistas dos trabalhadores e do povo português e às quais Álvaro Cunhal dedicou o melhor do seu saber, da sua experiência e da sua intervenção, como dirigente do PCP, como Deputado, como Ministro da República nos governos provisórios e como Conselheiro de Estado.

Álvaro Cunhal revela uma relação de autenticidade do dirigente do partido com o povo, bem como se afirma o homem e o político que se recusou sempre a viver acima das condições de vida dos seus camaradas e afirma, com o seu exemplo, uma concepção da actividade política como prática para servir o povo e o país e não para acumular vantagens e privilégios pessoais.

Morreu em 13 de Junho de 2005 e o seu funeral foi no dia 15 de Junho, com a participação de centenas de milhares de pessoas.

No dia 10 de Novembro, dia do centenário do seu nascimento, como disse Jerónimo de Sousa dia carregado de simbolismo, a grande homenagem que podemos prestar ao incansável combatente de uma vida inteira que foi Álvaro Cunhal é continuar a fortalecer e reforçar o seu Partido de sempre e continuar os combates que são a razão da sua existência. Desde logo o grande combate da hora presente que travamos pela interrupção de uma política de ruína nacional, pela demissão de um governo e a rejeição de um Pacto de Agressão que estão a conduzir o país ao desastre e o povo ao empobrecimento, pela exigência de eleições antecipadas.”

Comissão Concelhia de S. João da Madeira do PCP