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- Criado em terça-feira, 17 setembro 2024 11:11
Convite 01/10/2024 - Vendaval de Utopias
Os católicos da Revolução e o PCP, Edgar Silva, Biblioteca Municipal de São João da Madeira, 21h00.
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Morada Centro de Trabalho: Rua Alão de Morais, n.526, 3700-200, S. João da Madeira Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. |
Convite 01/10/2024 - Vendaval de Utopias
Os católicos da Revolução e o PCP, Edgar Silva, Biblioteca Municipal de São João da Madeira, 21h00.
Debate 13/07/2024
O debate na Organização Concelhia de SJM, manifestou posição coincidente com a opinião do camarada João Ferreira no Avante de 11/07/2024 - "o PCP é elemento dinamizador e agregador da convergência e da unidade efectivamente necessárias e não elemento diluível em falsas alternativas que alimentam falsas expectativas e branqueiam responsabilidades políticas pelo estado actual do País ".
Europeias - Eu apoio a CDU!
Artigo de opinião no jornal O Regional (Link), por Jorge Cortez.
De repente, fomos surpreendidos com uma grande paixão novembrista.
Durante 49 anos nunca houve um gesto relevante para que os acontecimentos do 25 de Novembro de 1974 fossem celebrados oficialmente. Apesar de vários governos de maioria de direita, nunca tal desejo foi manifestado. Os tempos mudaram. Parece que agora a concorrência entre as “direitas” as obriga a ter bandeiras diferenciadoras. Afinal qual delas é a verdadeira? Poderemos perguntar.
No inicio da democracia o regime em construção teve diversas crises: a 8 de Julho de 1974, o golpe de Palma Carlos; a 28 de Setembro, a maioria silenciosa; a intentona spinolista no 11 de Março de 1975, e, o último golpe, em 25 de Novembro de 1975.
A consolidação da democracia foi um percurso muito difícil. No Verão de 1975 aconteceram centenas de atentados terroristas dos grupos da direita: houve assaltos, bombas, incêndios, mortos e feridos. Por todo o País, mais de uma centena de sedes do PCP foram assaltadas e incendiadas.
Na nossa cidade, a antiga sede do PCP (próxima da Igreja Matriz) também foi alvo dos terroristas de direita. Um grupo organizado, vindo de fora, apoiado por alguns locais, assaltou, roubou e incendiou aquele espaço. E embalados pelo “altruísmo” que os caracteriza, aproveitou e roubou a casa vizinha, onde, há décadas, vivia uma honrada família sanjoanense.
Nos dias anteriores a 25 de Novembro vários militares manifestaram discordância com algumas medidas tomadas pela hierarquia. A direita militar - dirigida por militares ligados a Spínola - aproveitou a confusão dentro do MFA para forçar o que havia sido falhado nos golpes anteriores. Os seus objectivos: inviabilizar a aprovação da Constituição, cujo processo corria na Assembleia Constituinte; ilegalizar o PCP e os sindicatos; e acabar, imediatamente, com a participação dos Capitães de Abril na implantação da democracia.
Durante o dia 25 de Novembro, os militares apoiantes do Grupo dos Nove, perceberam a situação e impuseram que a revolução do 25 de Abril seguisse o rumo que o MFA tinha traçado. Melo Antunes, líder politico daquele grupo, defensor da democracia socialista, vem esclarecer que o PCP era fundamental no processo democrático. Também o Presidente da República, Costa Gomes, apelou “às massas trabalhadoras” para não se deixarem envolver nas actividades que “só agravariam a situação para uma politica de extrema direita”.
Ao contrário do que pretendiam os protagonistas da direita militar e alguns civis, o PCP continuou na vida pública legal e a fazer parte do VI Governo Provisório. Os sindicatos não foram fechados. Os Capitães de Abril permaneceram organizados no Conselho da Revolução, como garante da democracia. A Assembleia Constituinte, continuou o seu caminho, elaborando a Constituição da República.
Alguns meses após o 25 de Novembro de 1975, em 2 de Abril de 1976, a Assembleia Constituinte aprovou, com os votos contra do CDS (6%) e os votos a favor de todas as outras forças politicas (94%), a Constituição da República Portuguesa. É uma das constituições mais progressistas da História, defensora da liberdade, da democracia e do socialismo.
A nova Constituição veio trazer um conjunto de direitos que no passado estavam vedados à maioria das pessoas. Ainda bem que o Grupo dos Nove honrou os seus compromissos. E ainda bem, que a esquerda consequente, onde se inclui o PCP, não se deixou cair na esparrela lançada pela direita. O confronto em que a direita apostou e a teia em que o esquerdismo se enredou, podiam ter levado o País à guerra civil.
Felizmente houve bom senso!
Nota da comissão, concelhia do PCP
A Comissão Concelhia do PCP reuniu na sexta-feira dia 05/04/2024 para analisar a situação política-nacional e local e perspectivar a sua intervenção, enquanto força política com um projeto de defesa intransigente de uma sociedade de bem-estar, de cooperação, igualdade e solidariedade - caminho aliás consagrado na Constituição de 1976 que deu corpo aos valores conquistados com a revolução de do 25 de Abril.
Nesta análise concluiu-se que sendo muito negativo o resultado das eleições, já que dele resultou uma composição da Assembleia da República que contrariará o prosseguimento do caminho traçado por Abril, isto apenas torna mais difícil o percurso, mas não desvia os comunistas do caminho a trilhar.
Medidas que se impõem como a valorização do trabalho e por conseguinte dos trabalhadores, com tudo o que isso implica nas suas condições de trabalho, de horários e vínculos laborais adequados e humanizados, de uma mais adequada distribuição da riqueza produzida o que leva a salários justos e adequados.
Mas humanizar a vida das pessoas implica serviços públicos de qualidade - saúde, educação, apoios sociais, habitação, etc.
Tendo em conta estas considerações, é com grande preocupação que vemos o recurso sistemático ao capital estrangeiro que, na região, como no país, tem ajudado a destruir a pequena industria e explora de forma escandalosa os trabalhadores. É por exemplo o caso da Faurecia, que tem trabalhadores de mão-de-obra especializada e com várias dezenas de anos de casa a receber, somente, o salário mínimo nacional; que tem trabalhadores contratados por empresas de mão de obra, precários, e que são descartados na primeira oportunidade.
Mas a Faurecia não é caso isolado, veja-se a Sleep 8, recebida com todas as honras ao instalar-se na cidade e que, à primeira ameaça dos lucros da empresa, despede aos molhes.
Neste rol, entra a forma exagerada como as empresas de calçado dependem do mercado internacional, situação que as coloca em tal fragilidade que leva ao encerramento de grandes e boas fábricas que na região e concretamente na cidade, há muito eram marcas de qualidade que prestigiavam a região, enalteciam o trabalho produzido.
Por outro lado, e se os trabalhadores não são respeitados no seu trabalho, se não usufruem do valor real do que produzem, não podem comprar e temos o mercado nacional a não funcionar e, por conseguinte, o pequeno comércio a definhar!...Não tem que ser assim; é possível viver melhor, é preciso dar a volta a isto.
Outro tema discutido foram os transportes colectivos. Um fator muito importante para a vida das pessoas. S. João da Madeira é epicentro de uma região bem definida, precisa que os transportes rodoviários existam, funcionem, tenham horários adequados e sejam bem divulgados. Isto não acontece. E, como um mal nunca vem só, a linha do Vale do Vouga tarda em ser percorrida por comboios em circulação continuada, com condições e com percursos e paragens ao serviço das pessoas.
A organização local do PCP continuará a mobilizar os seus militantes, amigos e trabalhadores em geral, para que com coragem e determinação avancem na luta por causas importantes na melhoria da vida de todos e apela envolvimento nas Comemorações do 25 de Abril, particularmente nas comemorações populares promovidas por organizações locais, coletivos em que se envolve a população na defesa dos seus tempos de trabalho e ou usufruto do seu tempo de lazer.
Abril é luta, Abril é festa!
Mas se de Abril se fez Maio, Maio nos 50 anos de Abril terá que ter uma expressão à altura do momento!